COP30 marca lançamento de conjunto de materiais sobre restauração do Pantanal
Durante a COP30, realizada em Belém (PA), a Wetlands International Brasil e a Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal lançaram oficialmente um conjunto de materiais voltados ao fortalecimento da restauração ecológica no Pantanal e em outras áreas úmidas brasileiras.
O lançamento incluiu três volumes técnicos e dois videocasts, que sistematizam experiências práticas de restauração desenvolvidas em diferentes regiões do bioma ao longo dos últimos anos, reunindo conhecimento técnico, científico e territorial aplicado.
O material apresenta desde orientações operacionais, como escolha de sementes e mudas, períodos ideais de plantio, seleção de áreas e técnicas de recuperação, até diretrizes para monitoramento da restauração, com indicadores que permitem acompanhar a recuperação ecológica ao longo do tempo.
Segundo Áurea Garcia, diretora geral da Mupan e coordenadora de políticas da Wetlands International Brasil, o conteúdo foi desenvolvido a partir das especificidades do Pantanal, mas com potencial de replicação em outras áreas úmidas.
“Esse material é uma referência para outras áreas úmidas. Ele considera as particularidades do Pantanal, mas também oferece bases para adaptação em outros territórios. A ideia é que ele sirva como inspiração e apoio técnico para ações em todo o país”, destaca.
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Para Clóvis Vailant, secretário executivo do Pacto pela Restauração do Pantanal, o lançamento representa um marco para a restauração em escala de bioma.
“Esses referenciais não olham apenas para um território específico. Eles consideram o Pantanal como um sistema integrado, que envolve Brasil, Bolívia e Paraguai, e ajudam a pensar a restauração em escala de bacia hidrográfica, no contexto da Bacia do Rio Paraguai”, afirma.
Os materiais são resultado do trabalho de “Desenvolvimento de Referencial Teórico de Princípios e Padrões de Práticas de Recuperação da Vegetação e Recomendações para o Monitoramento da Recuperação Aplicados ao Bioma Pantanal”, executado pela Mupan e Wetlands International Brasil, em parceria com DoB Ecology, INAU e UFMT.
A iniciativa conta com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), por meio do Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, tendo o BID como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como executor.
A gerente de projetos do FUNBIO, Marina Garcia, destaca a importância do legado do projeto:
“A criação deste conjunto de materiais é um marco do GEF Terrestre. Ele deixa um legado técnico e prático para que a restauração do Pantanal ganhe escala e possa ser conhecida, adotada e replicada por quem vive e atua no bioma”.
Ao reunir ciência, prática e experiência territorial, os materiais fortalecem as estratégias de restauração ecológica frente aos impactos das secas severas e dos grandes incêndios que atingiram o Pantanal nos últimos anos, contribuindo para a reconstrução dos ecossistemas e a resiliência das comunidades locais.