Diálogo e cooperação marcam oficinas sobre restauração no Pantanal
No último trimestre de 2024, a Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal, a Wetlands International Brasil, o Inau – Instituto Nacional de Áreas Úmidas (UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso) e parceiros realizaram oficinas virtuais que reuniram especialistas, gestores de projetos e renomadas instituições de pesquisa para debater princípios, padrões e estratégias para a estruturação do protocolo da restauração ecológica no bioma Pantanal baseado em conhecimentos científicos e práticas de sucesso.
Os encontros integram o cronograma da consultoria desenvolvida pela Mupan e parceiros para o desenvolvimento de um referencial teórico sobre a restauração do Pantanal, com apoio do Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre) – que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e implementado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), é executado pelo Fundo Brasileiro de Biodiversidade (FUNBIO) com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
A primeira oficina, realizada no dia 31 de outubro, abordou ações práticas da restauração do Pantanal, realizadas por diversos projetos apoiados pelo GEF, discutindo princípios e padrões de práticas de recuperação da vegetação pantaneira.
Já a segunda oficina, realizada no dia 18 de dezembro, concentrou-se na construção de recomendações para o monitoramento da restauração do Pantanal, propondo diretrizes para acompanhar e avaliar o sucesso dos projetos e do desenvolvimento das áreas de restauração ecológica implantadas em diversos trechos do bioma.
Para Rosan Fernandes, ecólogo e coordenador da consultoria, pela Mupan e pela Wetlands International Brasil, para o desenvolvimento do Protocolo de Restauração do Pantanal, “Os encontros promoveram expressivos resultados pela soma de conhecimentos de ponta sobre a prática da recuperação da vegetação pantaneira, quando os gestores de projetos e especialistas apontaram o que realmente funciona e quais as melhores formas de otimizar os recursos”.
As contribuições resultantes destas oficinas foram integradas a documentos estruturados por um seleto grupo de pesquisadores do Inau/UFMT, a partir da análise dos dados dos projetos de restauração do Pantanal, realizados nos últimos anos, bem como de publicações nacionais e internacionais sobre recuperação de áreas úmidas e sobre o monitoramento do desenvolvimento destas áreas em processo de restauração dos ambientes originais. Todo o trabalho de análise e produção deste conteúdo está sob a tutoria da pesquisadora do Inau/UFMT, Cátia Nunes da Cunha, especialista em Ecologia de Áreas Úmidas e coordenadora científica desta consultoria.
O referencial teórico resultante desse importante trabalho servirão de subsídio para o Pacto pela Restauração do Pantanal, iniciativa que visa unir esforços entre diferentes setores para promover a restauração ecológica em uma das áreas úmidas mais biodiversas e ameaçadas do mundo: o bioma Pantanal.