Encontro, que reuniu 15 instituições, marca importante passo na revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEPRN) 

No dia 27 de janeiro (segunda-feira), o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul (Brasil), por meio do Imasul – Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal e a Wetlands International Brasil, realizou uma oficina estratégica para discutir a revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEPRN). O Parque é única UC – Unidade de Conservação de Mato Grosso do Sul localizada integralmente dentro do Pantanal e é a maior área de proteção integral do Mato Grosso do Sul. 

O evento, realizado com o apoio do PCA – Programa Corredor Azul, reuniu representantes do governo estadual e atores–chave como organizações não governamentais, privadas e pesquisadores para mapear as ações em andamento no parque, além de identificar lacunas e oportunidades para a construção de um Plano de Manejo mais robusto e alinhado às demandas ambientais e sociais.

Além de representantes do Imasul, Mupan e Wetlands International Brasil, participaram UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul por meio do PELD/NEFAU – Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração/Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas, Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, PMA – Polícia Militar Ambiental, PrevFogo/Ibama, Instituto Terra Brasilis, Pew, Fibracon, RCBiota, Aliança 5P, Bracell e Arauco. Durante a oficina foram mapeados mais de 25 projetos ou iniciativas sendo desenvolvidas no PEPRN e entorno. 

Segundo Leonardo Tostes, gerente de unidades de conservação do Imasul, o encontro foi um passo importante para a coordenação de esforços. “Estamos reunindo coordenadores de diversas iniciativas que atuam no PEPRN para integrá-las ao Plano de Manejo. Nosso objetivo é vincular essas ações aos programas do plano, como no caso do manejo do fogo, infraestrutura e pesquisa. Isso permitirá coordenar os esforços e evitar que as ações sejam realizadas de forma desarticulada. Este é apenas o início de um processo que inclui o diálogo com as comunidades locais, como os proprietários rurais e peões pantaneiros que vivem no entorno do parque. Vamos apresentar e validar essas estratégias com eles”, explicou Tostes. 

Áurea Garcia, diretora geral da Mupan e coordenadora de políticas da Wetlands International Brasil, destacou a parceria entre as organizações envolvidas. “Nós da Mupan e da Wetlands International Brasil temos trabalhado em conjunto com o Imasul, a Semadesc e outros atores. Um dos nossos objetivos, dentro do Programa Corredor Azul, é desenvolver o Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) para o Parque, além de valorizar e mensurar as possibilidades de créditos para a sustentabilidade do Parque. Hoje, estamos delineando as ações já em andamento e as previstas, criando um verdadeiro raio-X do que está sendo feito na Unidade de Conservação e seu entorno”, afirmou. 

Para Rafaela Nicola, diretora executiva da Wetlands International Brasil e diretora técnico científica da Mupan, o momento foi essencial para a troca de experiências e a construção de soluções conjuntas. “Essa reunião é muito importante porque reúne iniciativas e projetos de diferentes naturezas, como infraestrutura, combate a incêndios e pesquisa. Estamos compartilhando desafios, oportunidades e aprendizados que geralmente não conseguimos abordar no dia a dia. A expectativa é que possamos ter um panorama mais claro das ações no parque e encontrar soluções integradas que sejam sustentáveis a longo prazo. Isso é fundamental para lidar com os desafios climáticos, os períodos extremos de seca e os incêndios que afetam a região”, destacou Rafaela. 

A oficina foi um marco na consolidação de parcerias e na construção de estratégias conjuntas para a conservação do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro. Os resultados servirão como base para o que está sendo desenvolvido no projeto “Consolidação do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEPRN)”, uma iniciativa que envolve o GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente), Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente; Governo do Estado, por meio do Imasul  e Organizações da Sociedade Civil, que foram selecionadas para executar as atividades propostas, sendo elas a Mupan e a Wetlands International Brasil, em parceria com a UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e o ITB – Instituto Terra Brasilis de Desenvolvimento Socioambiental.  

Sobre o Programa Corredor Azul 

Idealizado pela Wetlands International para ser desenvolvido no intervalo de 10 anos, 2017-2027, o PCA – Programa Corredor Azul tem o objetivo de salvaguardar a saúde e a conectividade do sistema de áreas úmidas Paraná-Paraguai, como patrimônio natural fundamental para o desenvolvimento sustentável da região e a subsistência das comunidades em todo o sistema. 

Estendendo desde o Pantanal brasileiro até desembocar no Delta do Paraná, na Argentina, formando o Sistema Paraná-Paraguai (Corredor Azul), um dos últimos exemplos do mundo de um grande sistema de rios de fluxo livre e contínuo. Financiado pela DoB Ecology, o nome do programa é uma alusão ao grande volume de água que circula dentro dessas importantes áreas úmidas da América do Sul.