Caderno de Normas é mais um passo rumo a indicação geográfica da carne pantaneira

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Evento realizado em Corumbá, capital do Pantanal, apresentou a importância da IG da Carne Pantaneira para o desenvolvimento socioeconômico local 

 

 Agregar valor e promover o desenvolvimento sustentável do bioma Pantanal. Esse é um dos objetivos da Indicação Geográfica da carne pantaneira, projeto que vem sendo trabalhado pela Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) em parceria com entidades como o Governo de Mato Grosso do Sul, Embrapas, Sindicatos Rurais, Sebrae, Agência Movimenta Pantanal, Wetlands Internacional Brasil e Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal), e que tem movimentado o setor produtivo pantaneiro.  

 A elaboração do Caderno de Especificação Técnica da IG da Carne Sustentável do Pantanal foi um dos temas de destaque do encontro. A publicação é mais um passo para garantir a conquista da Indicação Geográfica para a carne pantaneira.  

“Tendo uma Indicação Geográfica poderemos comunicar para mundo inteiro que esse animal, vem de uma região a qual temos a atividade realizada em uma área com 87%da sua vegetação original, ou seja, com grande apelo de conservação. Isso é muito importante no momento que, cada vez mais a pecuária está indo para regiões onde não compete nem com agricultura e nem com as florestas plantadas. Eu digo que é um tripé: certificação, rastreabilidade e indicação geográfica” explica o pesquisador da Embrapa Pantanal, Urbano Gomes Pinto, que acompanha o processo de busca pela identificação geográfica da carne pantaneira desde o início. 

A busca pela certificação IG da carne pantaneira converge com o componente de Econegócios do Programa Corredor Azul (PCA), da Wetlands International Brasil, que visa promover ações que estimulem à conservação das áreas úmidas da Bacia do Prata e, no Brasil, tem especial atenção para o Pantanal, essencial para a manutenção da biodiversidade, da cultura e das economias locais. 

«A pecuária tem uma história no território pantaneiro, beneficiando as populações urbanas e rurais, que em sua maioria, seguem a vida em harmonia com o pulso das águas. O caderno será um documento que regulariza e valoriza o manejo tradicional do rebanho em áreas úmidas, já que fazem parte da memória, cultura e identidade, além de promover a saúde ambiental, social e econômica”, explica Maria Fernanda Arnaldi, assessora de econegócios para o Pantanal da Wetlands International Brasil e assessora da Movimenta Pantanal. 

Durante o evento, os produtores puderam conhecer um pouco mais sobre a indicação geográfica da carne dos pampas gaúchos, promovida pela Associação dos Produtores do Pampa Gaúcho (Apropampa) e apresentada pelo pesquisador Danilo Santana da Embrapa Pecuária Sul. Da Embrapa Gado de Corte, o pesquisador Rudinei Mauro falou sobre as potencialidades do Pantanal para a IG e da Embrapa Pantanal, o pesquisador Jorge Lara abordou sobre a qualidade da carne pantaneira. 

Para Eduardo Cruzetta, presidente da ABPO, muitos diálogos ainda precisam acontecer, mas que o foco agora é que mais produtores rurais do bioma entendam e recebam mais esclarecimentos sobre a importância desse reconhecimento. 

 “A indicação geográfica é de todos, é do produtor que vai escoar melhor o produto, é da sociedade que vai ser beneficiada com melhorias na região e do consumidor que vai fazer parte da conservação do nosso bioma, ou seja, é um conjunto de esforços para que o Pantanal continue a se desenvolver social e economicamente”, finaliza. 

Qualidade – A Indicação Geográfica (IG) é um registro conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui identidade própria, valor agregado no mercado nacional e internacional. Cenário que pode contribuir para o desenvolvimento sustentável do Pantanal. A certificação é concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). 

Atualmente, apenas dois produtos já conquistaram o selo de IG no Mato Grosso do Sul, são eles: a Linguiça de Maracaju e o Mel do Pantanal. Por meio do grupo de trabalho, coordenado pela ABPO, a expectativa é que a carne sustentável pantaneira possa fazer parte dessa seleta lista de certificação e que os produtores do estado vizinho, Mato Grosso, também estejam inseridos nesse processo.   

Movimenta Pantanal 

A Agência de Desenvolvimento Regional Movimenta Pantanal, é uma organização civil sem fins lucrativos que reúne líderes do Pantanal, com objetivo de favorecer a formação de uma rede de cooperação regional, facilitando a prospecção de parceiros para melhorar a econômica local. Articula estratégias de desenvolvimento sustentável e qualificado para a região Pantaneira, com ações definidas em eixos estratégicos considerando aspectos econômicos, sociais, ambientais, políticos, éticos, culturais e territoriais. 

Atualmente, com mais de 70 membros, de MS, trabalha com Setor privado, setor público e terceiro setor com articulação de estratégias que levem ao reconhecimento da singularidade do bioma pantanal como valor cultural, social, econômico e ecológico para a humanidade. A Movimenta Pantanal conta com apoio do Programa Corredor Azul, por meio da Wetlands International Brasil. Financiado pela DOB Ecology, o programa tem o intuito de auxiliar na compilação e divulgação de conhecimentos a respeito dos valores, oportunidades e ameaças relacionados ao Pantanal, as quais servirão de base para melhorias no manejo e conectividade das áreas úmidas. 

Fonte: Wetlands International Brasil com assessoria ABPO