Programa Corredor Azul é um dos destaques no relatório anual da Wetlands International 2020

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Mais de 500 famílias indígenas e comunidades tradicionais do Pantanal foram contempladas com ações emergenciais do programa. 

A Wetlands International produz anualmente o Relatório de Atividades que tem por objetivo comunicar as ações da rede global na prestação de contas à sociedade em geral. 

Em formato de revista no qual pode ser acessado por meio do link, o Relatório (2020 Annual Review of Wetlands International) traz a importância das ações da Wetlands International Brasil e Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal no fornecimento de comida e água potável para mais de 500 indígenas e famílias de comunidades em todo o Pantanal.  

Contemplado entre os eixos de trabalho do Programa Corredor Azul da Wetlands International, o eixo de trabalho ‘Plano de Vida’, que compõe uma das linhas de trabalho do componente ‘Modos de Vida’ do Programa Corredor Azul, tem por objetivo desenvolver melhorias sociais e ecológicas a fim de criar resiliência para a natureza e as populações que dependem dela.  

Para Rafaela Nicola, Diretora Executiva da Wetlands International Brasil, a publicação The Source 2020 é de grande importância para o reconhecimento do trabalho feito em conjunto com diversos pesquisadores, parceiros e colaboradores do escritório LAC no Programa Corredor Azul. 


Com a passagem do fogo, começaram a implantação de um viveiro de mudas para ajudar a restabelecer florestas ativas nas áreas úmidas carbonizadas.

Superando o isolamento social em um cenário pandêmico 

O isolamento social decorrente da pandemia de COVID-19 tem ressaltado as inúmeras fragilidades sociais em âmbito global. Associado a um cenário de queimadas na região do Pantanal no ano de 2020, o problema foi potencializado em proporções dramáticas.  

Sensíveis à situação, a Wetlands International Brasil e a Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal, uniram forças com as organizações SOS Pantanal e União BR para realizar uma força-tarefa para entrega de mais de 550 cestas básicas na região do Pantanal. Os itens foram encaminhados às aldeias indígenas localizadas no Território Indígena Kadiwéu no estado de Mato Grosso do Sul nas cidades de Porto Murtinho, na comunidade quilombola Família Osório, em Corumbá, e na aldeia da etnia Guató, também em Corumbá.  

 
Registro das entregas realizadas no território Kadiwéu.

O trabalho de entrega foi acompanhado pelos membros da Associação de Brigadistas Indígenas da Nação Kadiwéu (ABINK) juntamente aos parceiros no combate das queimadas na região pantaneira o PrevFogo/Ibama. 

A força-tarefa seguiu um rígido protocolo de segurança, com uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento entre as pessoas, conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).  

Plano de vida do território Kadiwéu 

Com a parceria entre a Wetlands International e Mupan, por intermédio do Programa Corredor Azul e o apoio da DOB Ecology, foi facilitado no Território Indígena Kadiwéu o Plano De Vida.  

Esse é um documento de gestão e planejamento que expressa as necessidades, potencialidades e fragilidades do território e seus moradores e propõe ações para esses gargalos apontados. O Processo de facilitação do documento junto à comunidade teve como equipe técnica a antropóloga Kátia Favilla, a coordenadora do componente modos de vida Lílian Pereira e Pedro Cristófori, coordenador de geoprocessamento. 


Reunião com lideranças do Território Indígena Kadiwéu para discutir a construção do Plano de Vida.

Para a comunidade, esse documento serve como base para buscar melhorias junto a órgãos governamentais e também promover ações entre parceiros internos e externos.  O Plano de Vida do Território Kadiwéu é um documento vivo da comunidade, com revisões bianuais, e que hoje está em fase de implementação, com ações já sendo desenvolvidas, algumas em parceria com o PCA como a implantação do viveiro de mudas nativas e a recuperação de áreas degradadas.  

O viveiro de mudas está sendo implantado em parceria entre lideranças Kadiwéu e a ABINK com facilitação e apoio do PCA e visa criar um sistema de replantio em áreas degradadas já mapeadas na região. Conta ainda com a iniciativa de produzir mudas da região que pouco tem sido encontrada atualmente ou que foram muito afetadas pelos incêndios de 2020. Visa ainda recuperar nascentes e apps, melhorando assim a quantidade e qualidade da água na comunidade.  

Nos últimos meses, atividades como mapeamento de áreas degradadas, visita técnica, conversas com lideranças e comunidades para traçar planos de ação, e outras parcerias como das escolas do território para ações de educação ambiental, foram prioridades para o componente Modos de Vida 

Promover diálogos é fomentar essas parcerias na tentativa de fortalecer os trabalhos desenvolvidos pelas comunidades na valorização dos modos de vida tradicionais das comunidades do Pantanal.